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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vocês sabem, 
Não é novidade,
Aquelas noites de tremenda satisfação com nós próprios,
Embelezado por um balcão onde apoiamos os cotovelos,
E olhamos fixamente um copo de gin tónico,
E os casais de namorados sentados a beijarem-se intensamente ao som da música,
Os dardos arremessados contra o alvo com uma força e vontade como aquela que sentimos,
Quando desejamos matar alguém, como o nosso colega de trabalho por exemplo,
Ou até a própria alma.
Oh noite como és divina!
Com teus bares que abrigam solitários,
E as ruas que se tornam suportáveis aos olhos cegos pela escuridão,
E o riso simpático, de lascivas que em cada palavra dita se lê orgasmo.
É nestes momentos que verdades e formas humanas se soltam,
Ao meu lado duas gajas comem-se discreta e atrevidamente na essência que as une,
Alguns olham.
Eu pelo contrário fico com um barrote do caralho quase a rebentar a merda do fecho das calças.
Só tu beleza nocturna,
Para me dares vontade de viver onde ainda há gente que passa fome,
Crianças são fornicadas pela nata da sociedade que homens e mulheres veneram,
O teu encanto brindado pelo brilho das estrelas,
Que me lembra os olhos de uma mulher,
O vento que se levanta,
Papeis a rolar e um vagabundo que se aconchega,
E eu continuo a existir,
Feliz,
No balcão de um bar,
Perdido em sentimentos.

CRÉDITOS: JGFFIGUEIREDO

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