CÁLICE
DE AMOR
Invasivo
teu corpo controla sem obrigar;
Permissiva eu me dôo
a tua crueldade desvairada.
Rouba-me a sanidade
que há muito me fez louca;
Deita-me em cama sem
pétalas e sem flor,
Coberta por cravos
espeta a minha carne;
Esvaindo o sangue cai
na taça,
Cálice da dor de
amor.
Serva
obediente, cadela que late sem morder...
Escrava convertida
aprendeu a tua lição.
Entre juras de amor,
falei “eu te amo”;
Repeti no embargo da
voz que cansa,
Enquanto mais pedia
mais repetia esse rito.
Nessa mistura
depravada ódio convertido em amor.
Amor revirado vai
contra minha defesa vã;
Chama-me
de tua, bata-me na cara, beija-me a boca.
Rasga a cortina da
janela, mostra quem manda;
Imponente, viril,
sedutor, domador...
Controla minha sede,
dê-me água em suas mãos;
Diz que é amor, e me
maltrata é meu senhor;
Sádico amor sonhei
chamá-lo de meu dono.
Não atrevo a tanto,
seria ousadia chamar-te de meu;
Se fores dono não
haverás de querer ter dona;
E como posso ser
tanta coisa, se nem dona de mim eu sou?
A alma vaga
carregando correntes com peso de âncora;
A inquietude que pede
a mordaça é a mesma que pede a chave...
Em teu corpo encontro
a minha quietude a luz que seduz;
Na jaula de minha
escuridão me banho de lágrima;
A mesma que me causa
dor enche-me de amor.
Os gritos confusos me
desperta em antegozo...
CRÉDITOS: {ESCRAVA
PIETRA}
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