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quinta-feira, 19 de julho de 2012


CÁLICE DE AMOR



















Invasivo teu corpo controla sem obrigar;
Permissiva eu me dôo a tua crueldade desvairada.
Rouba-me a sanidade que há muito me fez louca;
Deita-me em cama sem pétalas e sem flor,
Coberta por cravos espeta a minha carne;
Esvaindo o sangue cai na taça,
Cálice da dor de amor.
Serva obediente, cadela que late sem morder...
Escrava convertida aprendeu a tua lição.
Entre juras de amor, falei “eu te amo”;
Repeti no embargo da voz que cansa,
Enquanto mais pedia mais repetia esse rito.
Nessa mistura depravada ódio convertido em amor.
Amor revirado vai contra minha defesa vã;

Chama-me de tua, bata-me na cara, beija-me a boca.
Rasga a cortina da janela, mostra quem manda;
Imponente, viril, sedutor, domador...
Controla minha sede, dê-me água em suas mãos;
Diz que é amor, e me maltrata é meu senhor;
Sádico amor sonhei chamá-lo de meu dono.
Não atrevo a tanto, seria ousadia chamar-te de meu;
Se fores dono não haverás de querer ter dona;


E como posso ser tanta coisa, se nem dona de mim eu sou?
A alma vaga carregando correntes com peso de âncora;
A inquietude que pede a mordaça é a mesma que pede a chave...
Em teu corpo encontro a minha quietude a luz que seduz;
Na jaula de minha escuridão me banho de lágrima;
A mesma que me causa dor enche-me de amor.
Os gritos confusos me desperta em antegozo...

CRÉDITOS: {ESCRAVA PIETRA}

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