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segunda-feira, 23 de julho de 2012





















Corpos se devoram na madrugada,
Somos matéria quase intangível...
A poesia apenas resvala-se em nós
Com sua brisa etérea.
Os sulcos sudorosos de meu corpo
Ungidos pelo âmbar ardente
Convergem num deslizar
Aurifulgente de sua gota de gozo
No cálice de meu ventre.
O magma que escorre
Em meu úbere inverso
Queima a carne,
Pulsa aos olhos,
Funde os corpos
Em nosso próprio universo.
Tento acordar para colher
O desejo que transborda,
Mas o fluxo do coito
Sustenta um equilíbrio
De fonte lauta:
Fogo que nos devora.
Um bramido de fêmea
Separa minhas coxas
Feito páginas intemeratas
De uma obra imortal.
– Noite de ébano
Guardada pelo meu sexo –
Cada verso novo
Que me atravessa;
Cada pétala sua
Que se revela e se entrega
Explode em seu cerne
Para se recompor mais forte
Naquilo que nunca será morte,
Posto que renasce infinitamente.
Não secularizamos leis
Pois, enquanto amantes,
Depuramo-nos – somos Deuses –
E o amor nos torna imunes
Às leis humanas.
Roberta Sangiuliano Pedroso

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