Corpos se devoram na madrugada,
Somos matéria quase intangível...
A poesia apenas resvala-se em nós
Com sua brisa etérea.
Somos matéria quase intangível...
A poesia apenas resvala-se em nós
Com sua brisa etérea.
Os sulcos sudorosos de meu corpo
Ungidos pelo âmbar ardente
Convergem num deslizar
Aurifulgente de sua gota de gozo
No cálice de meu ventre.
Ungidos pelo âmbar ardente
Convergem num deslizar
Aurifulgente de sua gota de gozo
No cálice de meu ventre.
O magma que escorre
Em meu úbere inverso
Queima a carne,
Pulsa aos olhos,
Funde os corpos
Em nosso próprio universo.
Em meu úbere inverso
Queima a carne,
Pulsa aos olhos,
Funde os corpos
Em nosso próprio universo.
Tento acordar para colher
O desejo que transborda,
Mas o fluxo do coito
Sustenta um equilíbrio
De fonte lauta:
Fogo que nos devora.
O desejo que transborda,
Mas o fluxo do coito
Sustenta um equilíbrio
De fonte lauta:
Fogo que nos devora.
Um bramido de fêmea
Separa minhas coxas
Feito páginas intemeratas
De uma obra imortal.
– Noite de ébano
Guardada pelo meu sexo –
Separa minhas coxas
Feito páginas intemeratas
De uma obra imortal.
– Noite de ébano
Guardada pelo meu sexo –
Cada verso novo
Que me atravessa;
Cada pétala sua
Que se revela e se entrega
Explode em seu cerne
Para se recompor mais forte
Naquilo que nunca será morte,
Posto que renasce infinitamente.
Que me atravessa;
Cada pétala sua
Que se revela e se entrega
Explode em seu cerne
Para se recompor mais forte
Naquilo que nunca será morte,
Posto que renasce infinitamente.
Não secularizamos leis
Pois, enquanto amantes,
Depuramo-nos – somos Deuses –
E o amor nos torna imunes
Às leis humanas.
Pois, enquanto amantes,
Depuramo-nos – somos Deuses –
E o amor nos torna imunes
Às leis humanas.
Roberta Sangiuliano Pedroso
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