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sábado, 18 de dezembro de 2010

Dicionário de Fetiches & BDSM




Algemas, correntes, grilhões. Asfixiofilia. Hedonismo. Bondage. Coprofagia. Dominação. Termos como esses não aparecem com facilidade em conversas, livros, revistas ou representações artísticas. O que se conhece a respeito do assunto é o termo genérico “sadomasoquismo”, logo vinculado ao Marquês de Sade, que escandalizou a sociedade com seus escritos de alto teor erótico e violento.


Mas, apesar do nome do aristocrata francês originar o termo médico sadismo, as situações apresentadas em obras como “Os 120 dias de Sodoma” não são criações suas. O BDSM (Bondage, Domination, Sadism, Masochism) existe há milhares de anos, em diversas culturas. Dentro da Tomba della Fustigazione, num cemitério etrusco do século VI a.C., foi encontrado um afresco que mostrava dois homens flagelando uma mulher com uma cane durante uma situação erótica. O próprio Kama Sutra traz orientações precisas de partes do corpo onde se pode bater e o tipo de prazer que cada uma provoca, além de regras de comportamento entre parceiros adeptos dessas práticas.


Hoje, mesmo depois da revolução sexual e de tudo o que já foi mostrado inclusive no cinema, o tema continua a ser um tabu. Por isso, Agni Shakti lança o “Dicionário de Fetiches & BDSM” (Idéia e Ação, selo da Matrix Editora), resultado de uma extensa pesquisa sobre as práticas sexuais envolvidas. A obra explica cada uma delas de forma didática, lista os termos utilizados pelos seus adeptos e os inúmeros acessórios existentes.


“Praticante de BDSM sério não precisa ser tratado patologicamente. Não precisa de crachá nem de se envergonhar dos seus desejos. É preciso espantar os demônios que a religião imputa a pessoas que não seguem o padrão comportamental de reprodutores e seguidores de uma sociedade envolta em hipocrisia, que esconde suas feridas e expõe apenas o que, de alguma forma, não se desvie da ‘ordem diária’”, argumenta a autora. E lembra que, em muitos casos, adeptos do BDSM sofrem tendo de se esconder do preconceito ou levando uma vida dupla por ter um parceiro avesso às suas preferências e não conseguir conciliar desejos, necessidades e sentimento.


Agni defende que, ao contrário do que muitos imaginam, os adeptos do BDSM não cultivam a violência doméstica nem promovem abusos. Ao contrário, buscam relacionamentos seguros, baseados no respeito mútuo. Práticas envolvendo submissão ou dominação exigem, antes de mais nada, o consentimento dos parceiros. Além disso, nem sempre essas práticas envolvem a consumação do ato sexual. Impulsionadas por interesses como uma função fisiológica, um comportamento ou uma peça de vestuário / acessório, elas refletem uma intensa troca erótica de poder. E estão enraizadas em características e necessidades psicológicas e traços mais profundos da personalidade dos praticantes.


Sobre a autora


Agni Shaki, artista plástica, nasceu e mora no Rio de Janeiro. Adotou esse pseudônimo após começar a se devotar ao hinduísmo. É simpatizante e pesquisadora do estilo BDSM e de fetiches.
 
CRÉDITOS: EXTRAÍDO E TRANSCRITO DO BLOG DA ESCRAVA RAICA
http://escravaraica.blogspot.com/

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