Quando se fala em BDSM é impossível deixar de fora um importante detalhe: respeito.
Respeito às regras e à liturgia? Creio que sim, mas, principalmente o respeito às praticas e aos desejos alheios é que deve acima de tudo ser preservado.
Ora se está escrito lá no livrinho de regras que tudo deve pautar pelo princípio do são, seguro e consensual os praticantes teoricamente irão se apoiar nesse conjunto de normas. Porém, é inegável que muitas das vezes a entrega não se resume apenas à consensualidade, ou seja, assumir o papel de dominante ou submisso às praticas dentro de um envolvimento.
Sim, envolvimento, porque BDSM sem ser a dois vira punheta, siririca, coisa virtual.
Dominadores e submissos por muitas vezes violentam seus sentimentos em troca do prazer de realizar uma sessão. A busca aflitiva de alguns em deixar o campo virtual é tão intensa que no período destinado à negociação alguns aspectos importantes são sistematicamente deixados de lado. Há o mito de que fulano é bom nisso, naquilo, e que a fulana é a melhor aqui e acolá. Entretanto, muito disso deve-se ao fato de que alguns praticantes soltam aos quatro ventos o que fazem em suas histórias particulares, alguns por exercício do exibicionismo latente e outros por puramente extravasar egos ou, simplesmente a alegria de ter seus desejos atingidos.
Então tudo se transforma num mito. Cultua-se o óbvio por obrigação de servidão.
Na verdade, o que é extremante necessário numa relação desse tipo, desse quilate, é que os praticantes exerçam aquilo que está dentro dos seus manuais de desejo. É preciso ser autêntico para que as práticas sejam eficazes.
De nada adianta ser extremamente masoquista para realizar desejos sádicos quando não é essa a vocação do praticante. Sabe-se que desde que essas práticas vieram à baila os pares precisam de afinidade, de conforto. “EU NÃO VOU LEVAR TREZENTAS CHIBATADAS PARA AGRADAR AO MEU SENHOR”. Isso é fato, mas é preciso ter coragem pra admitir o erro antes que a relação se torne insuportável.
Como também não é válido expor desejos a alguém e depois simplesmente não aceitá-los.
Não há liturgia que acolha esses casos.
Os praticantes necessitam de estudos. Não só estudos litúrgicos ou leitura de experiências alheias. É preciso acima de tudo analisar seu próprio comportamento no universo fetichista antes de fazer parte de algum grupo ou apregoar virtudes para si mesmo.
A frustração é o pior dos males de uma relação D/S e será um grande aliado do egoísmo para destruí-la. Experimentar parceiros é valido, desde que essa busca fique evidente em cada relação que inicie. O “pra sempre” muitas vezes é bravata, fanfarronice, e lá adiante pode acarretar prejuízos a algumas pessoas que tentam vencer uma barreira terrível para a entrada no planeta fetichista: a timidez.
A regra básica para entender esse universo é saber que ninguém é melhor que ninguém. Ponto.
O que é bom pra mim nem sempre é o que ela espera, e assim sucessivamente.
Um detalhe deve ficar claro: exibir submissa ou exibir dono em festas, na Internet, serve somente para inflar o ego do praticante. O que se faz dentro da relação é muito mais importante do que isso.
Costumo dizer que não há meio mais ladeado de intrigas, fofocas e preconceito que o BDSM. Deveria ser diferente, afinal, lutamos muito contra isso e estar aqui, escrevendo, dando a cara à tapa é a prova cabal de tudo isso. Portanto, deixar essa paranóia de lado, o velho e tenebroso vício de saber da vida do vizinho através de intrigas palacianas é antiético, mesquinho e dispensável.
Sozinhos, somos poucos, um nicho quase sem expressão. Juntos, talvez possamos ter alguma representatividade. Quando aceito participar de alguma entrevista por conta de meu trabalho com o site sinto na pele a aversão das pessoas quando bisonhamente tecem comentários sobre o que viram e ouviram por lá.
Pra essa gente de fora eu simplesmente estou cagando um quilo exato, mas quando gente como eu, que comunga do mesmo sentimento olha de lado, critica sem saber de detalhes do comportamento de pessoas iguais, a decepção é
grande.
Praticar o BDSM sem medo de certos tabus é um começo com enormes possibilidades de um final feliz.
Do Bound Brazil
Respeito às regras e à liturgia? Creio que sim, mas, principalmente o respeito às praticas e aos desejos alheios é que deve acima de tudo ser preservado.
Ora se está escrito lá no livrinho de regras que tudo deve pautar pelo princípio do são, seguro e consensual os praticantes teoricamente irão se apoiar nesse conjunto de normas. Porém, é inegável que muitas das vezes a entrega não se resume apenas à consensualidade, ou seja, assumir o papel de dominante ou submisso às praticas dentro de um envolvimento.
Sim, envolvimento, porque BDSM sem ser a dois vira punheta, siririca, coisa virtual.
Dominadores e submissos por muitas vezes violentam seus sentimentos em troca do prazer de realizar uma sessão. A busca aflitiva de alguns em deixar o campo virtual é tão intensa que no período destinado à negociação alguns aspectos importantes são sistematicamente deixados de lado. Há o mito de que fulano é bom nisso, naquilo, e que a fulana é a melhor aqui e acolá. Entretanto, muito disso deve-se ao fato de que alguns praticantes soltam aos quatro ventos o que fazem em suas histórias particulares, alguns por exercício do exibicionismo latente e outros por puramente extravasar egos ou, simplesmente a alegria de ter seus desejos atingidos.
Então tudo se transforma num mito. Cultua-se o óbvio por obrigação de servidão.
Na verdade, o que é extremante necessário numa relação desse tipo, desse quilate, é que os praticantes exerçam aquilo que está dentro dos seus manuais de desejo. É preciso ser autêntico para que as práticas sejam eficazes.
De nada adianta ser extremamente masoquista para realizar desejos sádicos quando não é essa a vocação do praticante. Sabe-se que desde que essas práticas vieram à baila os pares precisam de afinidade, de conforto. “EU NÃO VOU LEVAR TREZENTAS CHIBATADAS PARA AGRADAR AO MEU SENHOR”. Isso é fato, mas é preciso ter coragem pra admitir o erro antes que a relação se torne insuportável.
Como também não é válido expor desejos a alguém e depois simplesmente não aceitá-los.
Não há liturgia que acolha esses casos.
Os praticantes necessitam de estudos. Não só estudos litúrgicos ou leitura de experiências alheias. É preciso acima de tudo analisar seu próprio comportamento no universo fetichista antes de fazer parte de algum grupo ou apregoar virtudes para si mesmo.
A frustração é o pior dos males de uma relação D/S e será um grande aliado do egoísmo para destruí-la. Experimentar parceiros é valido, desde que essa busca fique evidente em cada relação que inicie. O “pra sempre” muitas vezes é bravata, fanfarronice, e lá adiante pode acarretar prejuízos a algumas pessoas que tentam vencer uma barreira terrível para a entrada no planeta fetichista: a timidez.
A regra básica para entender esse universo é saber que ninguém é melhor que ninguém. Ponto.
O que é bom pra mim nem sempre é o que ela espera, e assim sucessivamente.
Um detalhe deve ficar claro: exibir submissa ou exibir dono em festas, na Internet, serve somente para inflar o ego do praticante. O que se faz dentro da relação é muito mais importante do que isso.
Costumo dizer que não há meio mais ladeado de intrigas, fofocas e preconceito que o BDSM. Deveria ser diferente, afinal, lutamos muito contra isso e estar aqui, escrevendo, dando a cara à tapa é a prova cabal de tudo isso. Portanto, deixar essa paranóia de lado, o velho e tenebroso vício de saber da vida do vizinho através de intrigas palacianas é antiético, mesquinho e dispensável.
Sozinhos, somos poucos, um nicho quase sem expressão. Juntos, talvez possamos ter alguma representatividade. Quando aceito participar de alguma entrevista por conta de meu trabalho com o site sinto na pele a aversão das pessoas quando bisonhamente tecem comentários sobre o que viram e ouviram por lá.
Pra essa gente de fora eu simplesmente estou cagando um quilo exato, mas quando gente como eu, que comunga do mesmo sentimento olha de lado, critica sem saber de detalhes do comportamento de pessoas iguais, a decepção é
grande.
Praticar o BDSM sem medo de certos tabus é um começo com enormes possibilidades de um final feliz.
Do Bound Brazil
Hummm... então eu encontrei seu blog. Muito bom, vou ler com calma.
ResponderExcluirSaudações,
Giada ( sua conhecida de facebook )