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terça-feira, 15 de março de 2011

Eu vou transcrever aqui um texto excelente. Destes de colar na porta da geladeira e ler todo santo dia quando passar pela frente dela rsss
O texto pertence a vaquinha_MM e foi publicado originalmente na comunidade BDSM Início Difícil do Orkut.
vaquinha cita em suas ruminações algo que às vezes as pessoas se esquecem. Que existe um jogo sim, mas não é um jogo simples de ser jogado, não é um jogo que indistintamente qualquer um possa jogar. E, mais ainda, não é porque eu resolvi jogar, brincar que sou BDSMer ou BDSMista, que posso apenas alterar as regras do jogo ao meu bel prazer para que o jogo fique mais adequado às minhas necessidades e, a partir daí dizer que meu jogo é melhor que o do outro. Isso é desonesto.
Outra coisa muito importante que é levantado pela vaca é que nesse jogo a pessoa, se não estiver ciente das regras colocadas por seu parceiro de jogos, pode se machucar… ora, devemos ser honestos conosco e com o outro e não esperar condescendência dele. Devemos ser honestos, verdadeiros, devemos conhecer todas as regras, discuti-las e compreendê-las, e temos o direito de sair da “brincadeira” a qualquer momento, mas… não acredito que seja correto querer mudar todas as regras do jogo.
Tem gente que descobre o BDSM e vem cheio de idéias doido pra brincar, mas quando entra na arena, quando se vê ali, resolve criar suas próprias regras e pior, as impor pra todo mundo no meio, gente que já estava jogando faz tempo, de repente é visto como errado.
Cá entro nós, puta sacanagem isso.
Dominadores que não dominam ou submissas que não se submetem e acham que estão jogando certo e que podem impor regras. De repente aquela moça ali que se submete, de fato, é vista como “doida” e certa é a que manipula, a que domina por baixo, a que tenta mudar as regras do jogo. No BDSM o PODER está nas mãos dos Tops. Eles podem. BDSM não é justo, não é igualitário. E relação hierárquica e de obediência. Se você se diz sub e não aceita essa regra básica, so sorry dear… você não é sub coisa nenhuma, muda de lado do chicote que quem sabe você se sai melhor?
Negar que a relação BDSM possui um diferencial quando colocada frente às outras relações, é uma atitude no mínimo irresponsável e é abrir caminho pra decepção, confusão e até mesmo para acidentes.
Como bem diz a vaca: “se um Dono diz que não dá exclusividade, ele NÃO está dizendo: não dei exclusividade até agora porque não encontrei minha cara metade, e você obviamente com o tempo poderá dar um jeito nisso. Ele está dizendo realmente: NÃO DOU EXCLUSIVIDADE, se hoje eu só tenho você é porque eu to afim, to sem tempo, não apareceu quem me interesse, etc.”
Bem, vamos às ruminações vaquíferas… abaixo o texto da vaquinha_MM
“E já vou dizendo sou xiita, fundamentalista… apesar de hedonista até a alma… não confundo prazeres.
BDSM tem regras sim, genéricas, de costume.
A banalização do BDSM está exatamente em subverter as regras, sob uma pretensa liberdade de ser, negando a verdadeira essência das relações BDSM. Por que a necessidade de enquadrar outras relações no meio, por que alguém que nega a essência do BDSM tem que ser BDSM? É status???
BDSM tem essência… tem bases próprias…é perfeito adentrar o meio sem a percepção do diferencial, mas negá-lo só abre espaço aos desastres, acidentes e incidentes que volta e meio nos deparamos.
Pessoas que não conseguem entender essa essência e saem por aí disseminando e alardeando um BDSM irresponsável e descomprometido são os que promovem chantagens, violações, traumas e mutilações. Isso tudo acontece no meio, e pasmem, pode acontecer com qualquer um de nós! E começo permeando pelo SSC, justamente pra ilustrar que regras gerais existem sim, assim como o direito de prescindir delas.
Eu não jogo pelo SSC. Busquei MUUUUUUUito e hoje encontrei uma relação RACK (consensualidade não consensual: risco presumido, risco assumido). Não jogo SSC, não há consensual no meu jogo, ao aceitar a coleira aceitei toda e qualquer decisão dele a partir de então. O que me resta, sair quando não me for suportável. Eu vivo literalmente entre ficar e sair correndo. E amo isso…
A relação BDSM é hierárquica. E uma relação onde um detém o poder sobre o outro. Portanto um MANDA sim, e outro OBEDECE sim. O que sair desta linha é CONCESSÃO, PRIVILÉGIO pela EXPRESSA VONTADE DE QUEM MANDA.
Se o Dom não exige que a sub fique de joelhos é prerrogativa dele abrir mão, mas é fácil entender que todo sub deva estar sempre abaixo de seu Top. E aqui, não falo em superioridades e inferioridades (apesar de acreditar piamente que só me domina aquele que me é SUPERIOR), e sim em opção BDSM, em posição escolhida.
Se eu não fico de joelhos, me recuso a chamar de Senhor e só faço o que gosto, o que curto ENTÃO POR QUE DIABOS EU ME DENOMINO SUBMISSA???? Só porque eu gosto de ser usada, faço um fisting básico uma vez por semana e levo minhas chicotadas. Alouuuuuuuu. Ser submissa vai além… (o que em momento algum invalida uma relação nessas bases, pelo contrário… só não dá pra entendê-la D/s).Eu acho belíssimo ser kajira, sabe quando eu seria uma nunquinha (opa…afirmação perigosa…afirmação perigosa…rs). Não me encaixo nas qualificações necessárias, sou bagunçada demais pra isso. Isso não me desmerece… apenas me evidencia nas minhas características próprias.
Então se questiona, nada é consensual???? ÓBVIO QUE TUDO SERÁ CONSENSUAL. Ele falou está acabado. (eu acredito nisso, não existe DR em BDSM, mas isso sou eu um ser ruminante). A consensualidade está no conhecimento de si, do outro e das REGRAS que regem aquele contrato, e não no PERMITIR – NÃO PERMITIR – PERMITIR – NÃO PERMITIR. Parece bem-me-quer, mal-me-quer. Afff.
Ao sub resta sempre a certeza de que pode ir embora, e façam-me o favor, honrem a classe. Não é: “se o Senhor fizer isso eu vou embora…” olha lá hein! É permitir-se viver com toda a intensidade a dor, o sofrimento, o quebrar de limites e amarras, e se ao final não sentir-se bem com isso… sair.
Quem de nós não se sente bem ao sabendo-se ciumenta e possessiva sobreviver com alegria, prazer e MUUUUUUUUito gozo a uma sessão a três. Descobrir-se capaz de, apesar de. OI!? Não é essa a proposta?!
BDSM não é confortável! BDSM é sair da zona de conforto (do: ah! Isso eu faço!) É permitir-se, é ir além. É ser capaz de, e achar-se o máximo por isso. Infla que logo chega um com agulha pra te por no seu lugar. É perceber, mal disfarçado o orgulho no olhar do DONO, ao te ver ser maior que a dor, a humilhação, o sofrimento proposto. É o tesão DELE ali a olhos vistos porque SUA posse conseguiu.
É lembrar-se de que a REALIZAÇÃO da FANTASIA é real!!! Não é botar algema fru-fru que arrebenta no primeiro orgasmo não, é usar algema sem travar e perder a chave, e depois rir junto da cara de não sei o que eu faço do chaveiro ao te achar ali toda marcada de bunda pra cima (porque o Dom não vai perder a chance de te expor né!). – dá série… BDSM É…
E se não for real não é BDSM! Se a humilhação não mexer no íntimo, não é BDSM! Se a dor não te levar a querer fugir, não é BDSM. Se o sofrimento não te fizer ‘odiar’ naquele momento teu algoz, não é BDSM. BDSM é intenso, íntegro, profundo. Mexe com entranhas, mexe com valores, mexe com moral, mexe com seu ‘eu’ selvagem, instintivo.
E instinto é, querer voltar o tapa que levou. BDSM é ter o comando do selvagem dentro de si e não devolver mas transmutar em prazer esse ímpeto. Eia!!! (cadê DONO???? Deu tesão).
E pra não dizer que não falei das flor… digo… dos espinhos. CANIL, SENZALA, ou o nome que desejarem é sim DIREITO inalienável de todo e qualquer TOP, sim. Mas pasmem a maioria não deseja, não quer, não tem tempo, não tem saco pra tanta TPM. MUUUUUUUUitos APRECIAM dedicar-se a sub tanto quanto esta DEVE dedicar-se a ELE.
Mas, poxa, não é preciso negar a existência dessa prerrogativa para não vivê-la. Tanto quanto não é preciso pegar o que aprecia a idéia e deseja concretizá-la e tentar dissuadi-lo, pelo‘consensualismo’, do seu direito.
Aprendi cedo, que todo DOM tem suas regras e que estas podem mudar conforme SUA VONTADE a qualquer momento, por conveniência, sacanagem ou simples prazer em ver a confusão da sub. BDSM não é politicamente correto!!! Alouuuuuuuuuu
E enfim, depois do discurso quase inflamado, em prol do BDSM FUNDAMENTALISTA XIITA E REGRADO apesar desta muginte odiar disciplina e regras, passar longe de modelos e padrões, peço licença ao DOMADOR para uma observação hedonista:
Sim, a multiplicidade de parceiros é sem dúvidas a potencialização de prazeres… mas, em se tratando de BDSM nem sempre a irmã de coleira vem nesse contexto, pois está inserida numa fantasia pessoal que algumas vezes cai pela divisão e/ou subtração, por usos diferenciados e vivências específicas.
Entendo ser exatamente, pela expectativa exagerada de algumas de que deve haver uma relação de extremada amizade entre irmãs de coleira, com confidências e estabelecimento de vínculos íntimos irreais, senão surreais que os ‘burros dêem n’água’, gerando conflitos, dissidências e verdadeiros complôs de derrubada.
Relações BDSM estabelecidas sem VERDADE são sempre um caminho perfeito para o desenlace desastroso ou no mínimo complexo.
Peço desculpas a quem acha cruel tal exposição, ou mesmo desanimadora. Não achem, proponham-se apenas a questionar seus instintos, desejos e motivações reais para o encontro mais simples das suas reais vocações BDSM.
BDSM é sim um mundo sombrio, de relances luminosos e coloridos, mas é preciso mergulhar nas trevas para encontrar luzes…como era mesmo… é preciso perder pra se achar…não é isso????
 CRÉDITOS: VAQUINHA

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