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quinta-feira, 9 de junho de 2011

doce (de)leite



   Sede...

      de tanta coisa. Sede de você. De tudo o que flui de você... do teu amor, do teu calor,
          dos teus fluídos...

       Sede e fome... duas necessidades básicas que quando se referem a você, se fundem.

       Se fundem e confundem, meu desejo... que na verdade só sabe que quer você.
                 
        Gosto, cheiro, som, calor... sabor, aroma... palavras, sensações...

           O líquido denso, mas claro... cheiroso e específico, que eu faço brotar de você naquele  
     momento, é puro egoísmo.




      Eu preciso do seu leite... tanto quanto você precisa me alimentar dele.

       E no meu egoísmo, trago à tona as tuas necessidades. 

           Você agora tem sede também... e desejo, e desepero, e feito adolescente precisa me absorver...




         Minha boca, meus seios, meu ventre, minha fenda... tudo se torna desespero pra você, meu menino...
E pra mim, não é diferente.




            Nessa loucura, a explicação é a necessidade que temos um do outro.  Sua fome é de peitos e lábios, enquanto a minha é de falo...

             Quando enfim, te tenho dentro, firme, faminto, forte, sinto que a morte se aproxima...
É isso, estou a morrer. Mas é um desfalecer doce, pois, desfaleço de amor.

       "... paixão assim, não acontece todo dia..."  


 

Pérolanegra

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