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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Guarda-me

Estende a tua mão
Toca a minha que a procurae devagar, com cuidadopara que  nada se  perca
Deposita um a um
Os teu sonhos
Os teus medos
Aqui
Na palma da minha mão.
Depois
fecha-me devagar
Cerra-me os dedos
Aperta-os
E diz:
Guarda-os
Guarda-me
Não me percas
Não nos perca meu amo.
Seus dedos na minha pele são arrepios.
Todos os pêlos, curiosos, levantam-se para ouvir o suspiro.
E, comemorando a vitória da da pele sobre as palavras,
acompanham seus dedos em
ola, arrepiando-se,
arrepiados.
Seus dedos que, de tão leves, escorregam sobre minha pele,
cortando-me em quatro pedaços.

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