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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

"POEMA DO SOL EM CASA"


Moro à sombra do tempo, Vendo pão aos loucos de todos os tempos.
Tenho mãos frágeis e dedos delgados e
Minhas dores não cabem em meus odores.
Estou vivo.
Herdei virtudes podres de meu pai cego,
E minha própria cegueira é o que me faz sorrir.
Ver uma doença. Não quero ver,
Não quero me sentir culpado
De todo o mal que nos rodeia.
Quero apenas limpar o sangue de minhas mãos,
E sorrir maquiavélico
Para o anacronismo de meus algozes.
Mas não posso fugir, a inutilidade está em tudo;
Em cada centímetro de cada espírito de porco
Reside a dor. Toda a dor
Que roubamos do mundo. Somos culpados
De toda e qualquer dor.
Ainda que não nos pertença
A dor terrível de amar sem ser amado.
O caos está lá fora, ouço
O seu discurso de fera no cio.
O caos me abraça com fúria dormente
E à ele, só à ele, ofereço minhas contradições...


CRÉDITOS: MAXIMILIANO ROSA

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