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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

DO PRAZER DOS HOMENS CASADOS


Mulheres minhas, infiéis, adoro amá-las: Vêem meu olho em sua pelve embutido
E têm de encobrir o ventre já enchido
(Como dá gozo assim observá-las).
Na boca ainda o sabor do outro homem
Ela é forçada a dar-me tesão viva
Com essa boca a rir para mim lasciva
Outro caralho ainda no frio abdómen!
Enquanto a contemplo, quieto e alheio
Do prato do seu gozo comendo os restos
Esgana no peito o sexo, com seus gestos.
Ao escrever os versos, ainda eu estava cheio!
(O gozo ia eu pagar de forma extrema
Se as amantes lessem este poema.)


CRÉDITOS: BERTOLT BRECHT

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